«Não podemos aceitar que a conjuntura possa comprometer uma estrutura que está pensada e têm expressão no ordenamento do território. Alterar o calendário, temos o dever de compreender; rever projectos que têm uma coerência e são estruturantes no ordenamento do território é absolutamente inaceitável», sublinhou o presidente camarário.
António Costa espera agora que a reunião pedida pela Junta Metropolitana ao Governo esclareça se o anúncio feito por José Sócrates no fim-de-semana significa apenas um adiamento ou um repensar dos projectos e até a adopção de alternativas.
«Já vimos que as alternativas não são sérias, credíveis», sublinhou, acrescentando que o actual projecto da terceira travessia é a que permite uma ligação ferroviária mais rápida, cómoda e barata à margem sul, em particular ao futuro aeroporto.
Sobre o TGV, o responsável considerou que «não é concebível uma ligação» a Madrid que não a partir da capital portuguesa: «Não há solução intermédia. Ninguém vai apanhar outro transporte para ir ao Poceirão apanhar o TGV».
Quanto às declarações de vários políticos e figuras públicas sobre a necessidade de conter a despesa com as obras públicas para evitar um agravamento das condições financeiras do país, António Costa disse haver algum «desconhecimento de causa» e que muitas pessoas «ignoram» questões de ordenamento de território e de revitalização da cidade.
O primeiro-ministro anunciou na sexta-feira em Bruxelas, após uma reunião do Eurogrupo, o adiamento de grandes investimentos públicos, como as obras do futuro aeroporto e a terceira travessia do Tejo, no quadro do esforço de acelerar as medidas de consolidação orçamental.
O ministro das Obras Públicas, que participou sábado na cerimónia de assinatura do contrato do troço Poceirão-Caia para o TGV, admitiu a «reponderação» da terceira travessia e do novo aeroporto de Lisboa.
in Sol