Nicolau Breyner assinala neste ano meio século de carreira. E, para celebrar a data, estreia hoje, no Casino Lisboa, um espectáculo em nome próprio em que faz uma reflexão sobre os muitos papéis que já interpretou e sobre a relação que tem com o Mundo.
Aquele que dizem ser o pai das novelas portuguesas (foi co-autor da primeira feita em Portugal, "Vila Faia") não gosta de fazer balanços de carreira. Diz que nunca planeou nada na vida. Ele que, no ano passado, foi operado depois de lhe ser diagnosticado cancro da próstata, prefere falar dos projectos que quer concretizar e, nessa ordem de ideias, revela que o cinema será a próxima prioridade. Mas, no imediato, é o espectáculo de "stand- up comedy" que está no centro das suas atenções.
Num tom intimista, Nicolau promete partilhar com o público as histórias mais divertidas dos bastidores do teatro, cinema e televisão, bem como algumas das suas inquietações actuais. "Por que é que os computadores nunca funcionam?" ou "quem é que se lembrou de criar casas de banho inteligentes?".
Ao longo do espectáculo, o actor, realizador e produtor canta algumas canções, sendo acompanhado por um trio de músicos. Em palco, estará também um ecrã, no qual se projectam vídeos com cenas de arquivo, representativas de vários momentos da sua carreira.
Numa entrevista que deu ao "Jornal de Notícias", Nicolau Breyner, à beira de completar 70 anos, adiantava que este não será um espectáculo saudosista porque é "o mais anti-saudosista que existe". E acrescentou que o que levará, entre hoje e o próximo domingo, ao palco do Auditório dos Oceanos e, mais tarde, em digressão pelo país "são reflexões a brincar sobre o quotidiano de um homem da minha idade".
O espectáculo pode ser visto de terça-feira a sábado, às 22 horas, e ao domingo, às 17 horas no Casino de Lisboa.