sábado, 26 de dezembro de 2009

Não deixem morrer o Cinema!

Cinema Paris

Os antigos cinemas de Lisboa vivem actualmente três cenários distintos: uma ínfima parte continua em actividade, uns fecharam e viram o seu espaço reutilizado, e diversos outros encontram-se actualmente ao abandono, com situações urbanísticas indefinidas ou pendentes.


Londres, São Jorge, King e Monumental e o antigo Cinema de Alvalade (agora Cine City), com maiores ou menores alterações, são dos poucos espaços resistentes de outros tempos, sobrevivendo num tempo dominado pelos cinemas em grandes superfícies comerciais.

Para o crítico e divulgador de cinema João Lopes, o cinema enquanto «fenómeno de consumo mudou radicalmente» nos últimos anos, predominando actualmente um «público acidental», que consome a sétima arte «como uma variante do consumo dos grandes centros comerciais».

«As salas isoladas passaram a ser pouquíssimas porque cinema passou a ser concebido como uma variante do género de oferta comercial dos grandes espaços», frisou o crítico, distinguido este ano pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) pela sua actividade como divulgador de cinema.

João Lopes partilhou com a agência Lusa uma memória vivida num dos antigos cinemas de Lisboa, que actualmente já "não existe", o Alvalade: «Recordo-me de ver lá o 'Suspeita', de Hitchcock, filme do começo da década de 1940 que vi algures durante o Verão de 1972 no Alvalade. Era um cinema arquitectonicamente muito especial. Tinha durante o Verão uma política de reposições e esta é uma memória que evoca o consumo de cinema com valores completamente diferentes dos de agora», frisa.

O antigo Condes, que fechou em 1996, foi transformado em 2003 no Hard Rock Café, que alterou radicalmente o espaço da Avenida da Liberdade.

O Cinema Império, por seu turno, foi adquirido no começo dos anos 1990 pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que fez do edifício na Avenida Almirante Reis a sua sede em Lisboa o que no meu ponto de vista não muito correcto(mas é mesmo só a minha opnião) mas pelo menos o mitico Restaurante Império fico lá, o que no meu ponto de vista é um marco histórico no ramo da rstauração em Lisboa .

Já o Olympia, inaugurado em 1911, foi um espaço que viveu diferentes etapas: foi um local cultural por excelência, até que no pós-25 de Abril começou a projectar filmes pornográficos. Foi abandonado em 2001 e, em 2008, o encenador Filipe La Féria adquiriu o espaço, que será reconvertido num espaço teatral com sala de espectáculos e uma escola de artes cénicas.

No bairro de Campo de Ourique existem dois antigos cinemas que marcaram a vida cultural de Lisboa: o Cinema Europa e o Cinema Paris.

No caso do Europa, têm sido diversos os intervenientes culturais da capital a defender a reactivação do espaço como palco para um conjunto de indústrias criativas.

O caso do Quarteto, o primeiro multiplex de Portugal, é diferente: o espaço foi encerrado no final de 2007 por falta de condições de segurança, sobretudo de prevenção de incêndios. Na ocasião, o fundador do Quarteto, Pedro Bandeira Freire, tentou superar as adversidades técnicas, mas em Março de 2008 o responsável do espaço - que viria a falecer um mês depois - fechou a cadeado as portas do Quarteto.
(Quem o quiser adquirir encontra-se para vender basta fazerem uma busca na remax ou era imobilaria e encontram.)

Éden, Apolo 70, Roma(agora sede da Assembleia Municipal de Lisboa), Star, Odeon, Castil, Cine-Estúdio 222, Jardim-Cinema, foram outros cinemas, entretanto desactivados, que marcaram a vida cultural de Lisboa no século XX.

Realmente em vez de evoluirmos estamos a regredir a perder património cultural, hoje todos os que pretendem ir ao cinema procuram os grandes espaços por ser mais cómodo ou talvez mais consumista.


Penso que deviam todos escolher pequenas salas de cinema que realmente respirem cinema e não “fast-food” de cinema onde os filmes entram e saem e uma velocidade brutal, onde só passam os filmes que vendem bilhetes, não passam curtas-metragens muito interessantes, filmes espanhóis, franceses, etc. Penso que as salas de cinema de bairro morrerem é só por nossa culpa e de mais ninguém a próxima vez que for ao cinema não hesite vá a um cinema de bairro, acredite que vai-se relembrar de bastantes memórias.

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