A ministra do Ambiente anunciou inspecções ao tratamento de resíduos nos próximos três meses. Mas lixeiras e sucatas fora da lei ainda proliferam.
Carros esventrados e um inimaginável amontoado de partes desmembradas de metal enferrujado, vidro e borracha compõem o cenário de um logradouro em Lisboa. "Quando pensamos em lixeiras, pensamos em sítios ermos no meio de pinhais, e não nas traseiras das nossas casas", desabafa uma das moradoras do bairro do Alto do Pina, próximo da Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, onde está o depósito ilegal de sucata.
Não se quer identificar, como ninguém da vizinhança, por "medo de represálias". Mas, esta semana, um grupo de moradores pediu a intervenção do presidente da Junta. "Estou à espera de fotografias para encaminhar a situação para a Câmara", anuncia Fernando Braamcamp.
A denúncia chegou há um mês à Inspecção Geral do Ambiente (IGAOT), à ASAE, à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e à Polícia Municipal pela mão do advogado do actual fiel depositário daquele espaço, cujo proprietário é alvo de um processo cível por dívidas.
O espaço exterior e as duas caves do número 73 da Rua do Garrido foram inspeccionados por estas entidades. A inspecção do ambiente remeteu o assunto para a CCDR, que, em conjunto com a Polícia Municipal, levantou autos de notícia contra o "operador de resíduos não autorizado" e anunciou que vai denunciar o caso à Câmara de Lisboa. Mas ao vereador de Ambiente e Higiene Urbana, José Sá Fernandes, nada chegou até quinta-feira.
A sucata lá continua. O empresário Albertino Henriques da Silva, proprietário do espaço, nega ter ali qualquer ferro-velho. O septuagenário diz que tem "a casa aberta há 20 anos", e argumenta que "a Asilpeças, de compra e venda de peças usadas, é uma empresa oficializada. E não há mais conversa".
Esta sucata ilegal é uma das muitas não registadas que complicam as contas ao Ministério do Ambiente. O objectivo é acabar com todas até ao final do ano. O balanço oficial será feito em Janeiro. O processo começou a dar os primeiros passos em 2005 e "ganhou um novo impulso com a simplificação do programa de incentivo ao abate de veículos em fim de vida (VFV) e com o novo imposto único de circulação", lembra Ricardo Furtado da rede Valorcar.
Em meu entender simplesmente agora por uns pagam todos, o Sr. Sócrates é amigo do rei da sucatas o que parece que é um bocado chato e aborrecido!.. e por isso agora os "amigos" vão perseguir todos os sucateiros.
Está sucata já existe desde sempre que eu me lembro de ser gente. Mais uma empresa que vai fechar, mais uns quantos empregados que vão para o desemprego, mas não nos podemos esquecer do proprietário que esse não tem direito a nada, desemprego nem indemnizações.
O que deveria de ser ilegal é a perseguição de certos lobbys (ASAE, ACT, S.P.A, Etc.) aos pequenos empresários que a muito custo e sacrifício mantém os seus negócios abertos com uma esperança de um amanhã melhor.
